segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Cidade

"Espaço em contradição de ser. Ruas, avenidas, praças, traços verticais. Transeuntes uns, Josés e tais. Barulhos afins, faróis. Na esquina de um João Ninguém há mundos de papelão. Sujeitos e construções. Olhar pernas descobertas me desviam a atenção. Qualquer coisa pra dizer, ou não. Não há de salientar, não. O vento a fazer voar as penas, num bar ou qualquer lugar, num ônibus circular. Se a noite continuar, cidade vou te encontrar. E noite a madrugar manhãs escuras." (João Luis Braga / Luiz Gabriel Lopes)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Dois e Oitenta

Novamente as flores amarelas estavam naquela velha calçada remendada. Os garis varriam todas elas para um canto e, sem querer, destruíam toda aquela beleza constantemente pisada pelos pedestres apressados.
Mais um ano que estava ao fim. Mais uma vez em que Evaldo andava cabisbaixo, com outros hábitos, indo para outros lugares, mas nunca deixando de passar por ali. As pequenas flores ainda o traziam velhas lembranças e o faziam tentar imaginar novos futuros. Dois anos se passaram, mas Evaldo não queriam mais ter que esperar doze meses para revê-las. Preferia ficar lá, esperando que as flores o cobrissem.