sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Budista, Alcoólatra e de Direita.

Certa vez, um amigo meu me chamou de Kerouac. E disse que mais velho eu o chamaria de "Ateu comunista". E foi com esse pequeno discurso que eu me inspirei pra fazer panquecas de massa de queijo e começar esse texto.

Acordei assustado, aquelas palavras há muito tempo ditas, eu olhei no despertador mas ainda faltava um tempo pra ele tocar. Senti na cama e fiquei pensando, mas meu pensamento é muitíssimo disperso, e me deparei pensando no trabalho quando o despertador tocou aquele sample rotineiro. Eu passei a mão no rosto e levantei. Fui ao banheiro lavar o rosto e o espelho mostrava-me de forma muito diferente ao que me lembrava. Eu olhei intrigado para o meu reflexo, ele me olhou de volta com aquele rosto velho, barba a fazer e parecia que me dizia  que eu nunca tinha mudado, que eu era daquela forma quase que grotesca.

Desisti de discutir comigo mesmo e fui à cozinha para beber algo. A cafeteira soltava vapor e um aroma de café que foi me acordando aos poucos. Tomei um gole, seco, sem açucar nem nada. O baque foi instantâneo e me fez tentar mudar aquela situação. Fiz a barba e saí para cortar o cabelo. Liguei para o trabalho no caminho, dizendo que eu não poderia ir naquele dia. Olhei para frente e não havia mais tempo. Eu nunca mais voltaria pro trabalho, ou mesmo cortaria o cabelo. Eu, naquele momento, era apenas um budista, alcoólata e de direita.

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