terça-feira, 19 de outubro de 2010

Paraíso dos Sonhos

Saindo pela rua, ele vira as pessoas mais esquisitas que ele já havia visto. Todas estavam vestidas com roupas brilhantes, de cores berrantes, até mesmo as crianças. E parecia que ninguém estava se importando. Ele percebeu que ele também estava vestido daquela forma, usando um roupão de banho, verde-limão.

Ele começou a perceber outras mudanças naquele dia maluco. O céu não estava azul como sempre estivera, ele estava laranja, não por poluição, já que ele nunca tinha respirado um ar tão puro e perfumado. E também nunca tinha visto as pessoas tão felizes. Diferente dos dias normais, nos quais existia aquela constante depressão no rosto das pessoas, neste havia felicidade e um pouco de neutralidade nelas. Haviam pessoas pulando em parques e gritando belos poemas aos ventos da brisa que vinha do mar.

Ele pensara que era um sonho, mas tudo era tão real. E mesmo que fosse um sonho, ele não queria acordar, porque aquela alegria já tinha contaminado-o. O dia maravilhoso foi seguindo e mais tarde ele teve o primeiro indicio que tudo aquilo era real, ele começou a sentir fome, e não sabia o que fazer. Ele olhara em seus bolsos, procurando por dinheiro, mas nada encontrou.

Ele encontrou um carrinho de cachorro-quente, com um dono muito extravagante, que ao perceber a fome dele, deu um de seus cachorro-quentes maiores, mesmo ele não tendo falado nada. Foi aproveitando o dia mais estranho de sua vida, e ele não queria voltar a sua antiga vida, cheia de problemas fúteis e cobranças de todos os lados.

Os meses foram se passando naquele lugar maravilhoso e ele já estava perdendo as noções de tempo e sua memória. Aquela civilização não tinha governantes nem leis e mesmo assim todos viviam em extrema harmonia. Ele começou a conhecer as pessoas que moravam ali. Saiam as noites pra conversar e jogar. Falavam sobre leis da natureza que ele não conhecia, mesmo ele que era formado em varias areas da ciencia. Foi aí que ele percebeu quem eram algumas das pessoas que ali moravam. Muitas delas, ele nunca tinha visto, mas outras ele reconheceu, eram pessoas famosas que na sua vida já tinham falecido.

A ambulância seguia naquela noite chuvosa a caminho do hospital, os médicos tentavam inutilmente revivê-lo.

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